Segunda Literária no #entocados
Para abrilhantar nossa programação literária convidamos a poeta e artista plástica Dayse Kênya , com o poema "PRECE".
PRECE
(Nada escapa aos olhos de Deus.
Voyeur dos tormentos meus!
Se Deus sabe o que faz
deve saber o prazer que lhe traz.)
Deus, ó Deus!
Que fazes com os filhos Teus?
Dá-lhes alma de poeta
os faz se sentirem atletas
depois tira o Seu da reta.
Transformando-os em pigmeus.
Isso é atitude para um Supremo?
Capricho mais terreno!
esse de transformar o grande em pequeno
só para ver se incomoda menos.
Medeia de bigode a esfregar Seu charuto
num jardim de infância em luto
pelos anjos que perdeu.
Absoluto dos céus.
Celestialmente Réu.
Vai ser eu tô na esquina
de algum labirinto Seu.
Deus, oh Deus, Oh Deus, oh Deus!!!
Porque não me faz um entre os Seus?
Por que me faz um sem entre os Seus?!
Por que escancarar a evidência da abóbora
por trás de cada encanto meu?
Vida piii! adjetivos infinitos!...
Tudo o que é humano é desumanamente maldito.
Tudo o que é humano tem primitivos grunhidos.
Dá pra entender porque no princípio era o verbo!
Eloquência primitiva
dialética de vermes
me adoecendo com a gosma de Seus cadernos.
Você não joga dados
joga tiro ao alvo.
Onde a morte é seta
a me ferir com Sua reta.
E com que falácia subverte Seus laudos!
ditando ser livre o arbítrio que é um claustro.
Deus, oh Deus, oh Deus, oh Deus!
Que fazes com os filhos Teus?
Que fezes com os filhos Teus?!
- Dayse Kênya, no livro “O Talhe”. 2015. ♦ Poeta, ex-publicitária e artista plástica Dayse Kênya cursou Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás e apresentou “Monólogo de muitos” como seu trabalho de conclusão de curso, onde a poeta faz um mergulho na personalidade prolixa de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, que apresenta vários conflitos pessoais e de sua relação com o mundo: “Multipliquei para me sentir, para me sentir precisei sentir tudo”.Dayse tem mais de 30 premiações em concursos de poesia, desde 1989, entre eles, a participação na Antologia Nacional Gilberto Mendonça Teles, em 1993, com o poema “Fóssil agônico”, o primeiro lugar no concurso Kelps de poesia falada, em 2004, com o poema “Das duas, duas” e tem seu livro “Talhe verbal”, premiado em 2º lugar pelo concurso Novos Valores da Fundação Jaime Câmara. Em 2015 lançou 1000 exemplares de seu livro de poesias “O Talhe”, já em 2021 lançou seu mais recente livro “CEM MAIS para o momento”, ambos publicado pela Editora Kelps e muito bem recebidos pelos leitores. 📚 E você? O que achou? 👇 Comenta aqui embaixo... 📚 Gosta de livros? Quer conhecer mais sobre a produção literária no estado de Goiás? ✍ É escritor e quer ver sua obra sendo divulgado na nossa plataforma? Entre em contato com a gente! 📧 E-mail: entocados@atocacoletivo.com.br 📌 Para acessar a plataforma: www.atocacoletivo.com.br e nosso canal no YouTube: https://youtu.be/b2KPuDqXZds Aproveita inscreva-se no canal e ativa as notificações para não perder nada. . . . “Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte nos Pontos de Cultura Aldir Blanc - Concurso nº 02/2021-SECULT-GOIÁS – Secretaria de Cultura - Governo Federal" #entocados #literatura Apresentação:
“Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte nos Pontos de Cultura Aldir Blanc - Concurso nº 02/2021-SECULT-GOIÁS – Secretaria de Cultura - Governo Federal"....
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