Dayse Kênya, a poeta que transforma palavras em ferramentas de luta, nos presenteia com "HAJA SACO!". Um convite à reflexão sobre identidade, sociedade e empoderamento feminino.
HAJA SACO!
Ah, já saco:
Não sou mulher
sou um grande homem.
Com exceção do abdômen.
Não sou melhor
tenho é grande fome
de ejacular minhas ideias
nas caras barbudas e sérias
dos glandes nomes.
Poetiza é o caralho!
Respeitem o soutien
que agasalha meu peito vário.
Sou poeta eta eta
até que provem o contrário.
Não tenho saco
pra cueca
nem pinto
com batom minha boquinha de boneca.
Quer saber...me disseca!!!
Dayse Kênya, poeta, ex-publicitária e artista plástica, concluiu sua formação em Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás.
Seu projeto de conclusão, intitulado “Monólogo de muitos”, é uma análise profunda da complexa personalidade de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, marcado por conflitos internos e sua relação tumultuada com o mundo, encapsulado na frase: “Multipliquei para me sentir, para me sentir precisei sentir tudo”. Ao longo de sua carreira, Dayse acumulou mais de 30 premiações em concursos de poesia desde 1989, destacando-se sua inclusão na Antologia Nacional Gilberto Mendonça Teles em 1993 com o poema “Fóssil agônico”, a conquista do primeiro lugar no concurso Kelps de poesia falada em 2004 com “Das duas, duas” e o reconhecimento de seu livro “Talhe verbal”, que obteve o segundo lugar no concurso Novos Valores da Fundação Jaime Câmara. Em 2015, lançou o livro “O Talhe”, com tiragem de 1000 exemplares, seguido pelo lançamento de “CEM MAIS para o momento” em 2021, ambos publicados pela Editora Kelps e recebidos calorosamente pela crítica e leitores.
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